A automação robotizada de processos veio para resolver vários problemas operacionais, mas trouxe consigo uma sopa de letrinhas. RPA, RDA, IVA, IPA, RCA… são todos robôs, mas você sabe a diferença?
Neste artigo, trouxemos um pouco de cada uma delas, dando uma breve pincelada em suas características e conceitos.
RPA (Robotic Process Automation)
São robôs de software que simulam tarefas executadas por seres humanos em atividades repetitivas, que podem ser descritas através de scripts de execução com entradas estruturadas.
Geralmente RPA é aplicado em tarefas com grande volume de execuções ou que necessitam de um alto grau de assertividade, onde um erro pode gerar prejuízo à organização.
Somente a adoção de trabalho com RPA já alavanca aumento de produtividade nos negócios, mas atualmente temos visto surgir tecnologias que, usadas em conjunto com o RPA, o tornam ainda mais eficaz e robusto, como as descritas neste artigo.
RDA (Robotic Desktop Automation)
É um tipo de robô de software, semelhante ao RPA, que é instalado na máquina do usuário e para que seja executado necessita da sua ação.
São usados geralmente quando, na atividade do usuário, é necessária uma ação repetitiva que não, necessariamente, precise de tomada de decisões. O usuário trabalha em conjunto com o robô, o acionando sempre que a atividade mecânica for necessária, como um assistente pessoal.
Um exemplo deste tipo de robô é a tarefa de solicitação de reembolso, onde o usuário precisa acessar os sites para capturar recibos de um determinado período, capturar informações e preencher o formulário especifico. Essa ação pode estar em um script na máquina do usuário, e, toda vez que é necessário fazer a solicitação de reembolso, o robô é acionado para executar esta tarefa, enquanto o usuário executa uma outra atividade que não necessite acessar sua máquina, pois uma vez que o robô está trabalhando, ele ocupa a máquina, assim como um usuário humano.
Esses robôs também podem ser chamados de assistidos e atendidos, de acordo com o seu fabricante.
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IVA (Inteligent Virtual Agent)
É uma tecnologia que, através de mensagens de voz ou de texto, interage com os usuários e sistemas da empresa. Os assistentes virtuais interagem através de chatbots ou IVR (Interative Voice Response), podem usar o processamento de linguagem natural, para que a mensagem seja interpretada e respondida de forma apropriada ao usuário, seja por voz ou por texto.
Os IVR´s, são tecnologias que interagem com os usuários através de sistemas telefônicos operados por computadores, sem a necessidade de uma ação humana. Essas tecnologias convertem a voz em texto, através de serviços cognitivos usados para reconhecimento e síntese da fala. Algumas plataformas de RPA já possuem comandos para interação via chatbot ou sintetizador de voz para URA, permitindo que esses recursos atuem juntos de forma mais integrada.
Os assistentes virtuais podem trabalhar de duas formas:
Com perguntas fechadas
onde o sistema ignora as respostas não programadas até que a resposta, ou parte desta, seja obtida. Você já deve ter passado por essa experiência, quando liga para o banco ou para o plano de saúde e a voz do outro lado te orienta a falar a opção desejada, e você fala outra, na tentativa de ser entendido, e, a voz te ignora
Com contexto
onde a ferramenta busca em uma base de conhecimento, as respostas mais adequadas relacionadas ao contexto tratado entre o usuário e o robô, traçando assim uma troca de mensagens até que a resposta necessária seja obtida. Um bom exemplo é uma solicitação de delivery por telefone de algum restaurante, onde a tecnologia conversa contigo, e te faz uma pergunta aberta pedindo para, caso você tenha alguma observação, aquele é o momento de falar. E funciona! Eu já fiz o teste.
IPA (Inteligent Process Automation) / RCA (Robotic Cognitive Automation)
IPA ou RCA é uma extensão das capacidades do RPA. O robô de software com recursos de IPA adquire capacidade para aprendizagem de máquina, visão computacional e automação cognitiva. Logo esse robô, além de executar tarefas padrões e repetitivas, também possui modelos baseados em aprendizado de máquina, o que lhe permite a ampliação de suas habilidades, execução de julgamentos e forneçam respostas.
Isso é possível, pois se baseia um modelo de negócios que não possui um padrão. Com a IPA o conceito de desenvolvimento de soluções deixa de ter somente a figura do desenvolvimento e implementações de scripts de programação, passa a ser treinar a máquina, com retorno, não com base em regras estruturadas pré-estabelecidas e sim, com regras complexas baseadas em dados históricos ou coletados em tempo real, como imagens e textos não estruturados.
Há então um trabalho em conjunto entre o humano e a máquina, onde o humano colhe as informações que são processadas pela máquina e a máquina, que melhora sua interpretação, com as interações humanas.
As vantagens da implantação desta tecnologia:
Conversão de entradas
não padronizadas em padrões para que sejam processadas adequadamente, como informações em e-mails e PDF´s não estruturados.
Um modelo treinado
pode ser aplicado em várias tarefas que utilizam esse mesmo modelo, pois a tecnologia é baseada no conceito de transferência de aprendizagem. Um bom exemplo do uso desta tecnologia é a leitura de arquivos de contratos ou de notas fiscais. Esses documentos não possuem padrões de modelos pré-definidos. Executar a leitura destes documentos por uma tecnologia de OCR pode inviabilizar o projeto.
Mas, ao utilizar a tecnologia de RCA, você pode mostrar ao robô diversos modelos distintos de documentos e indicar onde ele encontra o CPF ou a UF em cada um deles. Conforme for acontecendo o processamento destes documentos, vão se formando padrões na sua aprendizagem, até que ele consiga identificar as mesmas informações em documentos com layouts diferentes dos apresentados até então.
As limitações desta tecnologia são análogas ao do RPA, onde há a necessidade de definição de regras para que seja capturado o que se espera para a resolução da tarefa, caso isso não ocorra, será causada uma interrupção no seu processamento.
Há também a questão do custo de implementação e de manutenção que são bastante dispendiosa. IPA é uma tendência no mundo do RPA, em que RPA, IA, aprendizagem de máquina e análise cognitiva trabalhem juntas para a empregabilidade de tecnologias de cada vez mais inteligentes, deixando livre os humanos para que se possam dedicar a atividades que realmente agreguem valor nas companhias.
Aumentando a capacidade dos robôs
RPA pode ter a capacidade de processamento e inteligência ampliada com a combinação de qualquer uma das tecnologias citadas acima, impulsionando as empresas a um patamar diferenciado de automação.
Escolher uma delas, ou mesmo a combinação entre elas, depende de uma série de fatores, como a finalidade do processo, qual a razão para a robotização, análise de Retorno do Investimento e impacto no negócio.
Uma resposta
Ja fiz treinamento com a Iprocess e tenho muito interesse que continuem me mandando estes artigos.