No primeiro artigo da série, vimos os principais tipos de projetos de modelagem de processos, e quais seus objetivos e principais motivadores.
Neste segundo e último artigo vamos descobrir, para cada tipo de projeto de modelagem de processos, qual é o nível de profundidade da modelagem, desafios e riscos (se for o caso) envolvidos.
Modelagem para Conhecer o Processo:
Profundidade da Modelagem:
- o suficiente para que as atividades do processo e o seu objetivo sejam compreendidos.
- que permita a identificação das responsabilidades atribuídas ao longo do processo
Desafios
- eventual resistência dos usuários do negócio em revelar o conhecimento que possuem do processo
- entender todo o escopo do processo e suas peculiaridades quando a organização não tem uma visão clara de onde ele passa
Modelagem para Documentação ou Treinamento:
Profundidade da Modelagem
- todas as atividades devem ser documentadas com seus procedimentos detalhados
- dúvidas comuns e regras de negócio devem ser descritos
- documentos de apoio deve ser identificados e apontados
- suas atividades são detalhadas em nível de procedimentos, criando-se uma documentação a nível operacional
Desafios
- perceber quais informações serão efetivamente procuradas pelos usuários quando eles tiverem uma dúvida
- organizar a documentação de modo que seja intuitiva para quem estiver aprendendo sobre o funcionamento do processo
- elaborar uma documentação didática para quem não conhece o processo
Modelagem para Implantação de Auditoria:
Profundidade da Modelagem
- processos são mapeados, detalhados e documentados o suficiente para que:
- possam ser padronizados
- expectativas sobre cada atividade estejam bem claras
- sejam definidos critérios claros e objetivos de avaliação e medição
- sejam definidas evidências objetivas que serão avaliadas durante a auditoria
Desafios
- mudanças nesses processos exigem:
- aprovação formal dos gestores do processo
- comunicação das alterações a todos os que executam o processo
- ciclo de treinamentos para reapresentação do processo
Mapeamento de Processos de Toda a Organização:
Profundidade da Modelagem
- costumam ser menos detalhados do que processos para auditoria ou treinamento
- envolvem mais o desenho do processo que a descrição detalhada de cada atividade
Desafios
- garantir que todos os consultores documentem no mesmo nível de detalhe
- sentimento que projeto termina quando todos os processos foram entregues (na verdade, este deveria ser o início do ciclo)
- manter os processos vivos e atualizados
- base de processos não cair em desuso alguns meses após o projeto
- justificar o retorno do investimento neste tipo de projeto sem um motivador mais objetivo e com um ROI bem definido.
Riscos envolvidos
- mapear somente por mapear, sem uma continuidade ou objetivo específico
- definir uma política de governança para garantir a atualização dos processos
- definir responsáveis pelos processos e fazer que os mesmos garantam a sua atualização
Modelagem para Padronização dos Processos:
Profundidade da Modelagem
- detalhar atividades e procedimentos o suficiente para que o mesmo possa ser replicado. Via de regra, no mínimo, no mesmo nível do aplicado na documentação ou treinamento.
Desafios
- unificar a forma como o processo é executado quando o mesmo é executado de formas distintas em cada local
- diminuir a resistência à mudança daqueles que acreditam que a sua forma é a melhor
- perceber as peculiaridades regionais que efetivamente exigem que o processo tenha que ser executado de forma diferenciada
Modelagem para o Redesenho de Processos:
Profundidade da Modelagem
- o mínimo possível, desde que este mínimo seja o suficiente para o entendimento do processo e seus problemas
- não envolve a documentação operacional do que é executado
Desafios
- vencer a resistência das pessoas que não desejam a mudança
- enfrentar o boicote daqueles que não querem expor os problemas do processo devido às atividades que eles executam
Modelagem para Automação de Processos:
Profundidade da Modelagem
- entendimento é mais detalhado do que na modelagem para o redesenho
- os resultados esperados de cada atividade não são alterados. Não há mudança no “o que é feito” em cada atividade do processo. Assim, a situação atual deve ser detalhada a nível operacional.
- ocorre mudança, contudo, no “como é feito” cada atividade.
- é desenvolvido o modelo to-do, que melhora o processo com tecnologia
- atividades manuais passam a ser automáticas
- prazos passam a ser controlados de forma proativa
- é implementada a garantia de integridade dos processos
Desafios
- garantir que realmente o processo é eficaz e atende aos objetivos da organização.
- modelar todas as regras de negócio no nível de profundidade necessário.
É possível perceber que cada projeto tem as suas particularidades, e estas devem ser levadas em consideração durante o planejamento do projeto, para que o êxito seja obtido!
3 Responses
Muito bom esse texto Carlos. Parabéns.
Obrigado, Marcelo!
Boa tarde!!… apesar do tempo de publicação… conteúdo extremamente útil….