Seja pelo temor de tornar-se obsoleto frente à tecnologia, por desconhecimento dos benefícios que podem ser obtidos da automação de processos ou pela simples falta de ideias (quando a equipe de negócio não identifica as inúmeras tarefas robóticas no seu dia a dia), o fato é que muitas organizações enfrentam em algum momento da sua jornada uma falta de adesão por parte das equipes de negócio à iniciativa de RPA.
Engana-se quem imagina que um grande projeto de automação será suficiente para sustentar uma iniciativa de Robotic Process Automation na empresa. Embora seja relativamente baixo em relação a outros investimentos de tecnologia, o fato é que sustentar uma plataforma de RPA tem um custo que se torna justificável e interessante para a empresa quando escalado para automatizar múltiplas tarefas. Quanto mais trabalho manual for substituído por automações executadas pelos robôs, mais se dilui os custos de manter a infraestrutura dos trabalhadores digitais.
Como vencer esta barreira?
Apresentamos aqui algumas sugestões que podem estimular seu time na identificação de oportunidades de valor para automação.
I. Analisar e buscar entender as raízes das restrições
Como líder da equipe de automação, você constantemente tenta envolver as gerências e lideranças das áreas de negócio apresentando a tecnologia, exemplos e cases, mas mesmo assim a aderência é pequena?
Nem mesmo com santo que não é de casa (como consultorias ou fornecedores) ajudando na condução, parece o milagre da multiplicação de robôs acontece?
Neste caso, pode ser melhor dar um passo atrás e tentar compreender que fatores estão dificultando a sua participação. Pesquisas ou reuniões focadas em obter as percepções da equipe sobre esta tecnologia podem fornecer informações para se chegar à raiz a estes fatores. Para cada item de rejeição à tecnologia identificado pode haver uma estratégia diferente, e às vezes requer diversas iterações até que os argumentos se estinguam e finalmente a equipe se abra para a novidade dos colegas robóticos.
II. Workshops: Educando para a Automação
Como toda novidade, a robotização de processos operacionais pode estar associada a diversas ideias equivocadas.
Workshops conceituais podem ajudar a desenvolver o conhecimento, resolver dúvidas, desmistificar visões preconcebidas e desenvolver a “fome” de automação.
Os workshops que realizamos para diferentes empresas permitem a troca de ideias integrando negócios, tecnologia e processos e abordam temas como:
- A situação atual do trabalho nas empresas (onde as pessoas gastam tempo realizando trabalho repetitivo)
- Quais as tecnologias que sintetizam o trabalhador digital
- O que é RPA
- O que é possível fazer com RPA
- O que não trabalho para para RPA
- Que benefícios podem ser obtidos com a automatização com RPA
- Como identificar características de tarefas que poderiam ser automatizadas
- Como priorizar as tarefas que podem gerar melhores ganhos.
Recursos de gamificação podem ser úteis para validar e reforçar ideias de forma interativa e colaborativa.
III. Benchmarking e Demonstrações
De acordo com William Glasser, aprendemos 20% quando ouvimos os outros falando, 50% quando vemos e ouvimos algo acontecendo, e 70% quando discutimos com os outros.
Através de demonstrações de exemplos de processos automatizados relacionados ao negócio da equipe e de benchmarking sobre quais outros processos similares estão sendo desenvolvidos por outros times ou empresas, é possível estimular a discussão e assimilação da ideia de automação ao possibilitar a identificação das dificuldades do time com os casos apresentados.
Fornecedores e consultorias muitas vezes dispoem de casos para demonstrar e benchmarking que podem ser indicados.
Você também pode encontrar boas ideias para benchmarking em nosso ebook 50 Processos Automatizados com Robotic Process Automation (RPA) para Você se Inspirar [ebook gratuito!].
IV. Botathon: o Hackathon de Bots
Na jornada de transformação digital, os hackatons tem se popularizado ao possibilitarem uma imersão integral de participantes em uma vivência experimental.
Uma iniciativa interessante que pode ajudar a aproximar as áreas de negócio é realizar um Botathon, uma maratona de desenvolvimento de bots.
Este evento geralmente requer que as pessoas envolvidas dediquem-se integralmente por dois dias à maratona. Por isso, é comum que o evento aconteça em um ambiente fora do local de trabalho e em dias com agenda bloqueada ou em um final de semana.
O evento geralmente inicia com um workshop de introdução a RPA como abertura, seguido da formação de grupos multidisciplinares, envolvendo: um ou dois membros de uma área de negócio, um analista RPA, um desenvolvedor RPA.
Além disso, também é importante envolver no evento outros papéis como a liderança das áreas participantes (para algumas tomadas de decisão e acompanhamento da dinâmica), profissionais do Escritório de Processos e profissionais da TI da empresa, que poderão apoiar resolvendo questões relacionadas a ambiente.
Após a formação dos times, dedica-se um tempo discutindo as oportunidades de os membros da área de negócio identificam que apresentam características interessantes pra robotização. O analista RPA e o desenvolvedor RPA devem apoiar na avaliação e definição do escopo considerando que a solução deve ser desenvolvida dentro do tempo de duração do evento.
O analista RPA estrutura o desenho da solução e analisa os ganhos a serem obtidos com a automação enquanto o desenvolvedor pode iniciar o desenvolvimento dos componentes iniciais para a robotização funcionar. No decorrer do desenvolvimento, todo o time deve apoiar esclarecendo dúvidas e solucionando impasses para que o processo desenvolvido seja executável.
Ao final do evento, cada grupo apresenta o trabalho desenvolvido e os resultados obtidos, demonstrando a execução do seu robô.
A ideia do botathon não é sair com robôs prontos para irem à produção, e sim a possibilidade de interagir diretamente com a tecnologia e estimular novas ideias.
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